terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Carnaval Sem Máscaras

"Até quando, ó simples, amareis a simplicidade? E vós escarnecedores, desejareis o escárnio? E vós insensatos, odiareis o conhecimento?"
(Provérbios 1:22)


Depois de uma longa jornada à frente da IAPE, estou de férias. Ainda estou em casa, porém de férias. Meu telefone continua tocando como sempre. Imagino que uma pessoa não vá ao seu médico quando ele está de férias ou visita seu dentista quando o mesmo está de férias. Fazer o quê? Fiz seminário, e não medicina ou odontologia. A cada momento que vivo, venho sendo ensinado e surpreendido, mas no carnaval a coisa é bem diferente. A festa de máscaras serve para ser a festa da queda das máscaras - pelo menos, para a Igreja. Por mais estranho que pareça, o mundo está de máscara, a Igreja está com a sua no armário e foi para o feriadão de cara limpa. Até quando, ó simples...?

Vamos ao telefone!

– Pastor... Pastor... Meu marido bebeu ontem e me bateu na cara!!!!!

Eu já fiquei mais espantado com o ser humano, mas depois de Judas e de Lula na Presidência nada mais me espanta:

- Minha amada, como isso aconteceu?
– Ah pastor sei que o senhor está de férias, mas é apenas para que o senhor saiba e depois resolva quando voltar, paz do Senhor.


Deixe-me dizer uma coisa: Esse casal não é membro da IAPE...

Minhas férias são espetaculares. No quesito fantasia, agora falando de minhas ovelhas, a nota é 10! Durante o ano, ninguém pode pagar uma mensalidade de R$ 30,00 para um retiro de carnaval, mas quando a festa começa não fica ninguém para fazer um culto. Estão todos, é claro, nas praias paradisíacas de nosso Rio de Janeiro. Os não dizimistas, estes estão nos melhores lugares, pousadas com ar condicionado.

- Ei pastor, mas dizimista é que tem que prosperar não é?

Ora, meus amados, eu sou dizimista e estou fazendo contas com minha esposa, para decidir se ficamos dois dias em uma pousada simples ou se compramos vaso sanitário e porta para nos mudarmos para uma casa que estamos construindo há dois anos.

De verdade, é um tempo sem máscaras. É um tempo onde a Igreja está aparecendo. Estamos trabalhando para o nosso encontro de casais e já ouvi pessoas dizendo que talvez não tenham dinheiro para ir - mas foram no retiro com outra denominação... Problema? Não, solução! Agora tenho como cobrar!

Pensei em me fantasiar. Isso mesmo. Comecei com a fantasia do "pastor espiritual", mas desisti. Eu teria de dizer que tudo era culpa do Diabo e teria também que ficar tendo revelações mentirosas acerca das maldades que as pessoas fazem por mau-caratismo, e não por problemas espirituais. Então, tentei a de "pastor conferencista", porém mais uma vez desisti. Teria eu de ficar indo para muitas igrejas, via-de-regra falando a mesma coisa com palavras diferentes, pois assim é o que não tem compromisso com a Igreja local... desisti. Decidi então a fantasia de "pastor da prosperidade". Bem, neste ponto eu teria de dizer que tudo vai bem na vida de quem sempre irá mal por não ter ainda nenhum compromisso com Jesus.

Desisti mais uma vez. Restou-me uma solução: abrir o meu armário e ver o que tinha para vestir. Vi lá meu terno, e na minha mesinha de cabeceira, minha Bíblia. Não sou definitivamente um homem de fantasias. Eu sou pastor.

Soli Deo Glória

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Retire os Limites da Tua Vida


Ao que Jesus lhes disse: Tende fé em Deus; porque em verdade vos afirmo que, se alguém disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar no seu coração, mas crer que se fará o que diz, assim será com ele. Por isso, vos digo que tudo quanto em oração pedirdes, crede que recebestes, e será assim convosco. (Marcos 11:22-24)

Chegamos ao primeiro domingo do ano de 2010 e 2009 foi um ano de intensas modificações e bênçãos na vida de nosso povo, pois sabemos que tudo podemos naquele que nos fortalece. Quero que vocês tenham coragem para começar o ano de 2010 em pleno fervor tanto no rumo da sua vida pessoal quanto profissional. O ano de 2010 será o ano de uma virada na própria historia de vida, vencendo a procrastinação, a acomodação e a insatisfação.
Eu sinto a necessidade de encorajar-te hoje, a dares aquele empurrão que falta para tua vida sair da área de acomodação e marasmo, para que mudes a tua situação para melhor, pois sei que todos temos potencial para vencer e desfrutar de novos rumos. Amado, tu és mais do que aquilo que realizaste, há um grande potencial dentro de ti, tenha fé e coragem para manifestar com esplendor toda a tua capacidade de mudar.
Reflita sobre a tua vida, veja em 2010 uma chance de não matares teus sonhos e sim ires atrás da realização deles, veja a oportunidade de te orientares verdadeiramente segundo os desejos do Senhor ao teu coração, aproveite um momento de reflexão do que fizeste e o quão mais ainda podes fazer e te tornares melhor do que fostes nesse ano que passou. È hora de estabelecer novas metas, alvos e objetivos que serão alcançados com sucesso, pois tudo nos é possível com a mão de Deus em nossas vidas.
Existem tantas pessoas que se acomodaram com o que tinham, pessoas que aceitaram o presente como algo definitivo e imutável, jovens que cometeram suicídios por não saberem que rumo certo tomar por seguir apenas as tendências que o mundo oferece sem saber que existe um Deus maravilhoso que poderia capacitá-los a exercer o seu potencial e viver bem. Existem tantas pessoas que necessitam receber verdadeiramente o poder de Deus que eu creio que em 2010 será um ano intenso para todos nós.
Chegou a hora de “virar a mesa”, de mudar, de transbordar, de sofrer uma explosão de vida. Tu tens uma fonte de renovação de forças, tu tens a fonte da vida, tu tens Jesus e quem tem Jesus pode ser mais do que realmente é.
Podemos fazer muito mais com o potencial que Deus nos deu, só precisamos ter coragem para usar do potencial que Deus colocou em nos. Eu vos digo em verdade, tu podes porque Deus está contigo, seja qual for o teu desejo ou sonho, tu terás coragem para ires atrás dele, chegou a hora de mudares de vida, vire a tua mesa e mude a tua historia para melhor, cresça com o potencial que Deus te deu, tu podes!

Versículos de apoio: Marcos 11:22 ao 24, Mateus 25:24 ao 29, 1 Samuel 16:6 ao 12, Juízes 6:11 ao 16, Romanos 4:17, Gálatas 1:27, 1 João 3:8, João 10:10, João 7:38, João 4:14, Mateus 9:23 e Filipenses 4:13.

sábado, 12 de dezembro de 2009

A Procura de Quem?

...eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.
(João 10.10)

No curso da vida a humanidade está encontrando tudo, menos Deus. A triste carta deixada pela ex-atriz Leila Lopes, divulgada por um site da internet, mostra uma pessoa confusa, triste consigo mesma e completamente errada a cerca de Deus.

Quando a mesma diz que não está se suicidando, não contava ser encontrada ao lado caixas vazias de remédios e um prato de comida misturado a um veneno agrícola conhecido comochumbinho. É bem verdade que estamos frente a um quadro cada vez mais comum em nosso país. Muitos são os artistas que vivem como dito por Leila Lopes: uma vida linda, conheci o mundo, vivi em cidades maravilhosas, tive uma família digna e conceituada... Porém, o que eles mais desejam não encontram. Vida em abundância. Podem eles estar no melhor lugar do mundo e nos mais suntuosos palácios, mas será no quarto solitário de suas vidas que eles descobrem quem são realmente. O brilho das festas, a alegrias dos amigos, a força que o nome famoso pode dar, findam quando os mesmos estão sós, pois é na verdade este o momento que eles não tem o que mais precisam - Deus.

Um erro comum na pessoa que morre sem Deus é o ledo engano de achar que um ato desesperado irá amolecer o coração de Deus. Disse Leila Lopes: É preciso coragem para deixar esta vida. Saibam todos que tiverem conhecimento desse documento que não estou desistindo da vida, estou em busca de Deus. Não se necessita coragem para o suicídio, precisa-se de falta de fé e esperança. O que vemos foi o triste fim de uma atriz que iniciou nas telenovelas e acabou nos filmes pornôs por estar completamente esquecida. Ela nos lembra aqueles cantores mundanos que quando estão esquecidos, sem fama e sem dinheiro, gravam músicas Gospel e se dizem convertidos ao Cristianismo. E para piorar, aqueles que sãocrentes mais que ainda gostam das músicas deste cantor passam a enriquecê-lo novamente.

Ainda disse Leila Lopes: Não é por falta de dinheiro, pois com o que tenho posso morar aqui, em Floripa ou no Sul. Mas acontece que eu não quero mais morar em lugar nenhum. Na verdade com todo o dinheiro que a mesma dizia ter e mesmo não querendo morar em lugar nenhum ela conseguiu uma vaga no inferno que é a morada de suicidas.

Eis aí o triste fim de uma pessoa que estava procurando Deus e o encontrou. Só que o deus desse século.

Soli Deo Gloria

Rev. Alexandre Pereira
Pastor Presidente da IAPE


"Eu não me suicidei, eu parti para junto de Deus. Fiquem cientes que não bebo e não uso drogas, eu decidi que já fiz tudo que podia fazer nessa vida. Tive uma vida linda, conheci o mundo, vivi em cidades maravilhosas, tive uma família digna e conceituada em Esteio, brilhei na minha carreira, ganhei muito dinheiro e ajudei muita gente com ele. Realmente não soube administrá-lo e fui iludibriada [sic] por pessoas de má fé várias vezes, mas sempre renasci como uma fênix que sou e sempre fiquei bem de novo. Aliás, eu nunca me importei com o ter. Bom, tem muito mais sobre a minha vida, isso é só para verem como não sou covarde não, fui uma guerreira, mas cansei. É preciso coragem para deixar esta vida. Saibam todos que tiverem conhecimento desse documento que não estou desistindo da vida, estou em busca de Deus. Não é por falta de dinheiro, pois com o que tenho posso morar aqui, em Floripa ou no Sul. Mas acontece que eu não quero mais morar em lugar nenhum. Eu não quero envelhecer e sofrer. Eu vi minha mãe sofrer até a morte e não quero isso para mim. Eu quero paz! Estou cansada, cansada de cabeça! Não agüento mais pensar, pagar contas, resolver problemas... Vocês dirão: Todos vivem!!! Mas eu decidi que posso parar com isso, ser feliz, porque sei que Deus me perdoará e me aceitará como uma filha bondosa e generosa que sempre fui."


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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Cultura na Igreja



Cultura Na Igreja

Por fim, desceu o pano que ocultava a placa da Biblioteca José Candido de Carvalho na Igreja Apostólica Emanuel. Foi um marco, uma parte da história marcada com pessoas e livros. Não foi apenas um pano que à ser retirado pelas mãos de Kelly Alarcão e Marli Carvalho, foi também a falta de cultura, a falta de acesso as letras e, sem nenhuma dívida, foi colocado nas mãos de uma região a possibilidade de conhecer as ciências como Sociologia, Direito, Psicologia, Religião, Antropologia, História e sem contra com um número grande de obras da Literatura Brasileira e Poesia.
A data marcada para este evento, dia 15/10/2008, foi um dia especial. Muitas pessoas estiveram presentes e puderam ouvir a palavra do Rev. Alexandre Pereira Bispo da Igreja Apostólica Emanuel que inicialmente falou sobre a importância que um país tem quando ensina as suas gerações a amarem os livros e a buscar neles o conhecimento necessário para uma sociedade educada e produtiva. Todos os presentes, inclusive crianças e adolescentes, estavam com certa ansiedade para conhecer “os livros da sala do Reverendo”. Isso se deu pelo fato de que por não haver lugar para instalar a Biblioteca o Gabinete Pastoral foi cedido para que os livros fossem acolhidos.
Em entrevista recente o Rev. Alexandre Pereira declarou que está muito feliz por estar colaborando positivamente com a instalação deste que ele denominou “centro de inteligência impressa”. O Rev. Alexandre Pereira sempre foi um apaixonado por livros e sempre buscou neles o aprimoramento de sua educação. E por isso, a Biblioteca ou “Sala de Leitura José Candido de Carvalho” agora está instalada na Igreja Apostólica Emanuel e em breve terá um site próprio para falar de suas atividades e mostrando o seu acervo que está crescendo, pois em apenas uma semana recebeu mais de 120 doações de livros na área de Direito, Informática e Romances.
Vale lembrar que a Sala de Leitura José Candido de Carvalho está aberta para todos os públicos não importando a sua confissão de fé. Todas as pessoas que desejarem estar visitando seu acervo e, até mesmo, levando livros emprestados, poderão fazer a sua inscrição e participar ativamente.
Todos que desejarem informações poderão entrar em contato com o tel.: (21) 3316-1137 ou enviar e-mail para saladeleiturajcc@gmail.com Aguardamos por você.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A Menina e a Maça


A Menina e a Maça
Naquela manhã o céu estava sombrio, enquanto esperávamos ansiosamente. Todos os homens, mulheres e crianças do gueto judeu de Piotrkow na Polônia foram arrebanhados em uma praça.
Espalhou-se a notícia de que estávamos sendo removidos. Meu pai havia falecido recentemente de tifo, que se alastrara através do gueto abarrotado. Meu maior medo era que nossa família fosse separada.
"O que quer que aconteça," Isidore, meu irmão mais velho, murmurou para mim, "não lhes diga a sua idade. Diga que tem dezesseis anos".
Eu era bem alto, para um menino de 11 anos, e assim poderia ser confundido. Desse jeito eu poderia ser considerado valioso como um trabalhador.
Um homem da SS aproximou-se, botas estalando nas pedras grossas do piso. Olhou-me de cima a baixo e perguntou minha idade.
"Dezesseis", eu disse. Ele mandou-me ir à esquerda, onde já estavam meus três irmãos e outros jovens saudáveis.
Minha mãe foi levada para a direita com outras mulheres, crianças, doentes e velhos.
Murmurei para Isidore, "Por quê?"
Ele não respondeu.
Corri para o lado da minha mãe e disse que queria ficar com ela.
"Não," ela disse com firmeza.
"Vá embora. Não me aborreça. Vá com seus irmãos".
Ela nunca havia falado tão asperamente antes. Mas eu entendi: ela estava me protegendo. Ela me amava tanto que, apenas esta única vez, ela fingiu não fazê-lo. Foi a última vez que a vi.
Meus irmãos e eu fomos transportados em um vagão de gado até a Alemanha.
Chegamos ao campo de concentração de Buchenwald numa noite, semanas após, e fomos conduzidos a uma barraca lotada. No dia seguinte recebemos uniformes e números de identificação.
"Não me chamem mais de Herman", eu disse aos meus irmãos. "Chamem-me 94938".
Colocaram-me para trabalhar no crematório do campo, carregando os mortos em um elevador manual.
Eu também me sentia como morto. Insensibilizado, eu me tornara um número.
Logo meus irmãos e eu fomos mandados para Schlieben, um dos sub-campos de Buchenwald, perto de Berlim.
Numa manhã eu pensei que ouvi a voz de minha mãe.
"Filho" ela disse suave mas claramente, "Vou mandar-lhe um anjo".
Então eu acordei. Apenas um sonho! Um lindo sonho!
Mas nesse lugar não poderia haver anjos. Havia apenas trabalho. E fome. E medo.
Poucos dias depois, estava caminhando pelo campo, pelas barracas, perto da cerca de arame farpado, onde os guardas não podiam enxergar facilmente. Estava sozinho.
Do outro lado da cerca, eu observei alguém: uma pequena menina com suaves, quase luminosos cachinhos. Ela estava meio escondida atrás de uma bétula.
Dei uma olhada em volta, para certificar-me de que ninguém me viu. Chamei-a suavemente em Alemão. "Você tem algo para comer?"
Ela não entendeu.
Aproximei-me mais da cerca e repeti a pergunta em Polonês. Ela se aproximou. Eu estava magro e raquítico, com farrapos envolvendo meus pés, mas a menina parecia não ter medo. Em seus olhos eu vi vida.
Ela sacou uma maçã do seu casaco de lã e a jogou sobre a cerca.
Agarrei a fruta e, assim que comecei a fugir, ouvi-a dizer debilmente, ""Virei vê-lo amanhã".
Voltei para o mesmo local, na cerca, na mesma hora, todos os dias. Ela estava sempre lá, com algo para eu comer - um naco de pão ou, melhor ainda, uma maçã.
Nós não ousávamos falar ou demorarmos. Sermos pegos significaria morte para nós dois.
Não sabia nada sobre ela, que parecia uma menina de fazenda, exceto pelo fato dela entender Polonês. Qual era o seu nome? Por que ela estava arriscando sua vida por mim?"
A esperança estava naquele pequeno suprimento, e essa menina do outro lado da cerca trouxe-me um pouco, como que nutrindo dessa forma, tal como o pão e as maçãs.
Cerca de sete meses após, meus irmãos e eu fomos abarrotados num vagão de carvão e enviados para o campo de Theresiensatdt, na Tchecoeslováquia.
"Não volte", eu disse para a menina naquele dia. "Estamos partindo".
Voltei-me em direção às barracas e não olhei para trás, nem mesmo disse adeus para a pequena menina, cujo nome eu nunca soube, a menina das maçãs.
Permanecemos em Theresienstadt por três meses. A guerra estava diminuindo e as forças aliadas se aproximando, muito embora meu destino parecesse estar selado.
No dia 10 de maio de 1945 eu estava destinado a morrer na câmara de gás, às 10:00 horas.
No silencioso crepúsculo, tentei me preparar. Tantas vezes a morte parecera pronta para me receber, mas de alguma forma eu havia sobrevivido. Agora, tudo estava acabado.
Pensei nos meus pais. Ao menos, pensei, nós estaremos nos reunindo.
Mas, às 08:00 horas ocorreu uma comoção. Ouvi gritos, e vi pessoas correndo em todas as direções através do campo. Juntei-me aos meus irmãos.
Tropas russas haviam liberado o campo! Os portões foram abertos. Todos estavam correndo, então eu corri também. Surpreendentemente, todos os meus irmãos haviam sobrevivido.
Não tenho certeza como, mas sabia que aquela menina com as maçãs tinha sido a chave da minha sobrevivência.
No local onde o mal parecia triunfante, a bondade de uma pessoa salvara a minha vida, dera-me esperança num lugar onde ela não existia.
Minha mãe havia prometido enviar-me um anjo, e o anjo apareceu.
Eventualmente, encaminhei-me à Inglaterra, onde fui assistido pela Caridade Judaica. Fui colocado numa hospedaria com outros meninos que sobreviveram ao Holocausto e treinado em Eletrônica. Depois fui para os Estados Unidos, para onde meu irmão Sam já havia se mudado. Servi no Exército durante a Guerra da Coréia, e retornei a Nova Iorque, após dois anos.
Por volta de agosto de 1957 abri minha própria loja de consertos eletrônicos. Estava começando a estabelecer-me.
Um dia, meu amigo Sid, da Inglaterra, me telefonou.
"Tenho um encontro. Ela tem uma amiga polonesa. Vamos sair juntos".
Um encontro às cegas? Não, isso não era para mim.
Mas Sid continuou insistindo e, poucos dias após, nos dirigimos ao Bronx para buscar a pessoa do seu encontro e a sua amiga Roma.
Tenho que admitir, para um encontro às cegas, não foi tão ruim. Roma era enfermeira em um hospital do Bronx. Ela era gentil e esperta. Bonita, também, com cabelos castanhos cacheados e olhos verdes amendoados que faiscavam com vida.
Nós quatro nos dirigimos até Coney Island. Roma era uma pessoa com quem era fácil falar e fácil de se estar junto.
Descobri que ela era igualmente cautelosa com encontros às cegas.
Nós dois estávamos apenas fazendo um favor aos nossos amigos. Demos um passeio na beira da praia, gozando da brisa salgada do Atlântico, e depois jantamos perto da margem. Não poderia me lembrar de ter tido momentos melhores.
Voltamos ao carro do Sid, Roma e eu dividimos o assento traseiro.
Como judeus europeus que haviam sobrevivido à guerra, sabíamos que muita coisa fora deixada sem ser dita entre nós. Ela puxou o assunto, "Onde você estava", perguntou delicadamente, "durante a guerra?"
"Nos campos de concentração", eu disse. As terríveis memórias ainda vívidas, a irreparável perda. Tentei esquecer. Mas jamais se pode esquecer.
Ela concordou. "Minha família se escondeu numa fazenda na Alemanha, não longe de Berlim", ela me disse. "Meu pai conhecia um padre, e ele nos deu papéis arianos."
Imaginei como ela devia ter sofrido também, medo, uma constante companhia. Mesmo assim, aqui estávamos, ambos sobreviventes, num mundo novo.
"Havia um campo perto da fazenda", Roma continuou. "Eu via um menino lá e lhe jogava maçãs todos os dias."
Que extraordinária coincidência, que ela tivesse ajudado algum outro menino. "Como ele era?", perguntei.
"Ele era alto, magro e faminto. Devo tê-lo visto a cada dia, durante seis meses."
Meu coração estava aos pulos. Não podia acreditar.
Isso não podia ser.
"Ele lhe disse, um dia, para você não voltar porque ele estava saindo de Schlieben?".
Roma me olhou estupefata. "Sim!".
"Era eu!".
Eu estava para explodir de alegria e susto, inundado com emoções. Não podia acreditar! Meu anjo.
"Não vou deixar você partir", disse a Roma. E, na trazeira do carro, nesse encontro às cegas, pedi-a em casamento. Não queria esperar.
"Você está louco!", ela disse. Mas convidou-me para conhecer seus pais no jantar do Shabbat da semana seguinte.
Havia tanto que eu ansiava descobrir sobre Roma, mas as coisas mais importantes eu sempre soube: sua firmeza, sua bondade. Por muitos meses, nas piores circunstâncias, ela veio até a cerca e me trouxe esperança. Não que eu a tivesse encontrado de novo, pois na minha mente eu jamais a havia deixado partir.
Naquele dia ela ela disse sim. E eu mantive a minha palavra. Após quase 50 anos de casamento, dois filhos e três netos, eu jamais a deixara partir.
Herman Rosenblat de Miami Beach, Florida.
Esta é uma história verdadeira que está sendo transformada num filme, chamado "A flor da cerca" (“Flower of the Fence” em inglês). Veja mais sobre a história e o filme no site www.atlanticoverseaspictures.com [Esta tradução foi recebida de um leitor, depois revisada e corrigida. Autor original desconhecido.]

sábado, 25 de outubro de 2008

Orando Por Mais


Orando Por Mais

Por isso vos digo que todas as coisas que pedirdes, orando, crede receber, e tê-las-eis.
(Marcos 11:24)

Tenho por certo que a Igreja de Cristo não tem mis por falta de uma oração direcionada e correta. O texto de Marcos 11:24, mesmo sendo um “texto isolado” fala muito sobre o poder da oração direcionada. Sabemos que muito já foi escrito sobre oração e muito se fala até hoje sobre oração específica, oração de guerra, oração de libertação e etc. O que se precisa ter na oração, antes de tudo, é a oração. Não adianta falar de oração, tens que falar na oração. Perderemos tempo falando às pessoas que Deus quer isso ou aquilo e depois despedimos o povo dizendo: - Orem por isso! Não, isso não basta. Temos que fazer o que Jesus fez antes de ensinar estas palavras sobre a oração – Ele orou. Quando o resultado foi visto ele explicou o poder da oração.
A Igreja poderá ter todas as coisas que pedir. A oração é sem nenhuma dúvida um canal de petição inicial para que o processo se desenrole. Mais saiba uma coisa: assim como uma oração mal feita, é a Petição Inicial inepta – simplesmente é indeferida. No Direito Brasileiro existe um artigo no Código de Processo Civil 295 que diz que um pedido ao Juiz será negado quando:
I - quando for inepta;
II – quando a parte for manifestadamente ilegítima;
III – quando o autor carecer de interesse processual; etc.
Assim temos muitas orações. Primeiro ela é inepta, ou seja, falta a causa de pedir. Pessoas usam a oração para pedir o que não precisam ou o que simplesmente é fútil (Tiago 4:3). Ainda temos as orações onde as partes são completamente ilegítimas. São os casos de pessoas que pedem para que o seu parceiro ou parceira se decidam em nome de Jesus com quem vai ficar se com a amante ou o amante (que está orando) ou com a esposa ou marido que está em casa sem conhecer o caso extraconjugal. E terminamos com as orações que não devem existir. É o caso do irmão que estava na Igreja em um culto com ar de preocupado. Enquanto eu ministrava notei seu semblante diferente e no término do culto fui até ele e perguntei: - O que está acontecendo? Ele me olhou sorriu e disse: - Tudo na bênção. Neste momento se juntaram a nós mais três irmãos. Não satisfeito fiz novamente a pergunta, só que desta vez disse que sabia não estar nada bem. Ele respondeu acanhado: - Estou com problemas, pois não consigo pagar minha conta de luz e estou com aviso de corte. Estou desempregado e... Neste momento um irmão disse: - Vamos levantar uma oração aqui e agora para Deus mover Se braço forte. Todos disseram aleluia! Eu disse: - Não vamos orar coisa nenhuma! Todos me olharam com áqüea cara de quem esperava que o Reverendo fosse um homem mais espiritual. Naquele momento eu disse o seguinte: Quanto é a conta de luz? Ele respondeu: - Trinta e nove reais Reverendo. Continuei: - Façamos uma oferta aqui agora. Serão R$ 10,00 de cada um. Estendi a mão no meio da roda e disse coloquem aqui, pois o meu já estava na mão. Em pouco tempo o irmão estava com sua conta paga.
Não adianta orarmos por aquilo que necessita de atitude. Existem milagres sem oração, saiba disso. Existem milagres que um coração transformado faz sem necessitar subir o monte. A verdade e que muita gente crê na oração, mas não crê que a oração poderá mudar o seu modo de vida e seus desejos. Quando a oração mudar quem somos e realmente influenciar nossa vida, então valerá a pena orar para receber tudo o que pedimos.
Aprenda a orar.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O Perfil de Uma Geração de “Perfil”


O Perfil de Uma Geração de “Perfil”

Bem... Eu tenho ORKUT. Sim, reconheço e me rendo. Convites, depoimentos, anúncios, convites e muito mais. Todos os dias, quando visito, respondo aos meus amigos virtuais. Na verdade a grande maioria eu conheço. Adiciono quem eu não conheço sim, mas sempre com a intenção de ter mais amigos e compartilhar, dentre outras coisas, a minha fé.
Na verdade existe um fato que está me chamando atenção nestes dias de Orkuteiro. São as fotos que vejo, em especial, dos adolescentes e jovens. Na sua grande maioria eles estão de perfil e olhando para cima, ou com a mão no queixo fazendo “cara de pensadores”. Tudo bem que a adolescência é um tempo de turbilhonamento de idéias. É na idade adulta que nos revoltamos de “forma adolescente” contra nós mesmos pelos cabelos que usávamos quando adolescentes. Eu fico pensando... O que será dos Emos no futuro? Bem, sigamos. A nossa geração de adolescentes e jovens estão de lado. A Igreja, por sua vez, precisa provocar uma guinada nessa moçada, pois é de frente que se enfrenta esse mundo. De lado ninguém é total, todos são parciais.
A parcialidade me incomoda. Ou acertamos ou erramos e seguimos em frente, mas nada de parcialidade. O mundo nos mostra muitas tendências e o ORKUT também, quem diria? Mas, o que fazer para esta guinada? O que poderemos proporcionar para que essas pessoas se voltem de frente para a realidade? Bem, nós Líderes façamos isso primeiro em nossas vidas e Ministérios, depois passaremos adiante com autoridade de quem vive o que prega.